domingo, 10 de outubro de 2010

Dieta mental


 
Ando muito preocupada com meu peso, pois estou bem acima do que deveria ser. Desde que entrei na Academia, onde pratico hidroginástica três vezes por semana e faço alongamento, bicicleta e esteira, perdi pouco ou quase nada. Sinto que os exercícios me fazem bem, porque contribuem para que eu não fique sedentária, mas preciso mesmo é “fechar a boca”...
 
Como é difícil perder peso!! Eu não como tantas guloseimas, a não ser uma vez ou outra quadradinhos de chocolate meio amargo e goiabada. Frituras quase não têm aqui em casa, mas muitas frutas, verduras e legumes, além de carnes variadas. Acredito que o maior problema está por conta do líquido que tomo durante as refeições. Isso faz aumentar o meu estômago e atrapalha a digestão.
 

O antropólogo Andrew Oitke, em “A Obesidade Mental”, descreveu o que considera o pior problema da sociedade moderna. Abaixo alguns fragmentos do livro:

“Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física por uma alimentação desregrada. É hora de refletir sobre os nossos abusos no campo da informação e conhecimento que parecem estar dando origem a problemas tão ou mais sérios do que a barriga proeminente. ”

“A nossa sociedade está mais sobrecarregada de preconceitos que de proteínas, mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono.”

“As pessoas viciaram-se em estereótipos, juízos apressados, pensamentos tacanhos, condenações precipitadas. Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada. Os cozinheiros desta magna fast food intelectual são os jornalistas e comentadores, os editores da informação e filósofos, os romancistas e realizadores de cinema. Os telejornais e telenovelas são os hambúrgueres do espírito. As revistas e romances são os donuts da imaginação.”

“Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes se abusarem dos doces e chocolates. Não se entende, então, como aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados, por videojogos que se aperfeiçoam em estimular a violência e por telenovelas que exploram desmesuradamente a sexualidade, estimulando, cada vez com maior ênfase, a de segregação familiar, a permissividade e, não raro, a promiscuidade. Com uma ‘alimentação intelectual’ tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção é possível supor que esses jovens jamais conseguirão viver uma vida saudável e regular”.


“Não se trata de uma decadência, uma 'idade das trevas' ou o fim da civilização, como tantos apregoam. É só uma questão de obesidade.

“O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos. O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos. Precisa, sobretudo, de dieta mental.”